O que é:
As neoplasias de pele estão entre os tumores mais comuns do nosso organismo. De acordo com as características de suas células, são divididas em benignas e malignas. As lesões benignas requerem observação e acompanhamento dermatológico regularmente. As lesões malignas, entretanto, requerem tratamento rápido e adequado, sendo subdivididas em câncer de pele não-melanoma e câncer de pele melanoma.
O câncer da pele não-melanoma é o mais prevalente no Brasil. Nos Estados Unidos, a Academia Americana de Dermatologia estima que haja dois milhões de casos novos a cada ano. A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Estas células se dispõem formando camadas e, de acordo com a camada afetada, definimos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Apesar da incidência elevada, o câncer da pele não-melanoma tem baixa letalidade e pode ser curado com facilidade se detectado precocemente. Desta forma, uma consulta regular com um dermatologista de confiança é recomendada sempre que pintas ou sinais apareçam na sua pele.
Considera-se que a radiação ultravioleta seja a principal responsável pelo desenvolvimento de tumores cutâneos, e a maioria dos casos está associada à exposição excessiva ao sol ou ao uso de câmaras de bronzeamento.
Sinais e sintomas:
O câncer da pele pode se assemelhar a pintas, feridas ou outras lesões benignas. Assim, conhecer bem a pele e saber em quais regiões existem pintas faz toda a diferença na hora de detectar qualquer irregularidade. Somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele, mas é importante estar sempre atento aos seguintes sintomas:
Tipos de câncer da pele:
1. Carcinoma basocelular (CBC)
É o mais comum dentre todos os tipos de câncer. Surge nas células basais, que se encontram na camada mais profunda da epiderme (a camada superior da pele). Tem baixa letalidade, e pode ser curado em caso de detecção precoce.
Ocorrem mais frequentemente em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Podem se desenvolver também nas áreas não expostas, ainda que mais raramente.
O tipo mais encontrado é o nódulo-ulcerativo, que se traduz como um pequeno nódulo avermelhado, com uma crosta central, que pode sangrar com facilidade.
2. Carcinoma espinocelular (CEC)
É o segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, pescoço etc. A pele nessas regiões normalmente apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade.
O CEC é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Assim como outros tipos de câncer da pele, a exposição excessiva ao sol é a principal causa do CEC, mas não a única. Alguns casos da doença estão associados a feridas crônicas e cicatrizes na pele e exposição a certos agentes químicos ou à radiação.
Normalmente, os CEC têm coloração avermelhada, e apresentam-se na forma de machucados ou feridas espessas e que descamam, que não cicatrizam e sangram ocasionalmente.
3. Melanoma
Tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele, com 6.130 casos previstos no Brasil em 2013 segundo o INCA. Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença.
O melanoma, em geral, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Porém, quando se trata de melanoma, a “pinta” ou o “sinal” em geral mudam de cor, de formato ou de tamanho, e podem causar sangramento. Por isso, é importante observar a própria pele constantemente, e procurar imediatamente um dermatologista caso detecte qualquer lesão suspeita.
Pessoas de pele clara têm mais risco de desenvolverem a doença, que também pode manifestar-se em indivíduos negros. O melanoma tem origem nos melanócitos, as células que produzem melanina, o pigmento que dá cor à pele. Normalmente, surge nas áreas do corpo mais expostas à radiação solar.
Em estágios iniciais, o melanoma se desenvolve apenas na camada mais superficial da pele, o que facilita a remoção cirúrgica e a cura do tumor. Nos estágios mais avançados, a lesão é mais profunda e espessa, o que altera a conduta cirúrgica.
A hereditariedade desempenha um papel central no desenvolvimento do melanoma. Por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente. O risco aumenta quando há casos registrados em familiares de primeiro grau.
Tratamento Cirúrgico:
A anestesia poderá ser local, regional, com ou sem sedação e até mesmo geral, na dependência do procedimento proposto e do risco cirúrgico do paciente. Cirurgião, anestesista e paciente deverão conversar e definir a opção mais confortável e segura para todos.
O planejamento do ato cirúrgico varia, dependendo das características da lesão (localização, tipo, tamanho). Eventualmente, mais de um procedimento cirúrgico poderá ser necessário para o tratamento do câncer de pele. No caso de lesões pequenas, a cirurgia poderá consistir na simples retirada da lesão e fechamento da pele da maneira mais discreta possível. Em lesões maiores, pode ser necessária a utilização de retalhos (recrutamento de tecidos sadios adjacentes à lesão) ou enxertos (segmentos de pele de espessura variável, obtidos de regiões sadias distantes à lesão) para o devido fechamento da ferida gerada após a ressecção.
No caso de lesões malignas não-melanoma - Carcinoma Basocelular e Carcinoma Epidermóide - (já diagnosticadas por biópsia prévia) - faz-se necessária a ampliação das margens de ressecção para além dos limites visíveis da lesão, orientada pelas características desta (localização, tipo, tamanho) uma vez que o câncer de pele pode ser como um “iceberg": o que é visível na superfície da pele, por vezes, é apenas uma pequena parte do tumor. Por baixo da pele, as células cancerígenas cobrem uma região muito maior e não há fronteiras definidas. Além disso, nos casos de lesões malignas, pode ser necessária ainda a realização de complementações ao tratamento cirúrgico local, tais como: biópsia/ressecção de linfonodo, radioterapia ou quimioterapia.
Nos casos de melanoma, o tratamento varia conforme a extensão, agressividade e localização do tumor, bem como a idade e o estado geral de saúde do paciente. Inicialmente, indica-se a retirada completa (biópsia excisional) da lesão suspeita de melanoma, com margens de pele ao redor limitadas de 1 a 3 mm. Se confirmado o diagnóstico, o tratamento cirúrgico dependerá da profundidade das células malignas na pele, consistindo em ampliação de segurança das margens (1-2 cm) e pesquisa ou não de linfonodo (gânglio) possivelmente acometido, além de outras formas de tratamento. No tratamento destas lesões, seguimos os protocolos mais atualizados existentes na literatura mundial, buscando sempre a melhor conduta e resultado para cada paciente individualmente.
Cuidados Pós-Operatórios:
Após a cirurgia para retirada de qualquer tipo de lesão de pele, o local operado deverá ser mantido em repouso. Todos os cuidados, recomendações e uso de medicações são devidamente entregues por escrito após a cirurgia. Os cuidados incluem:
Uma cicatriz final de boa qualidade é resultado, dentre outros, da associação dos seguintes fatores: adequada técnica cirúrgica, fatores orgânicos próprios de cada paciente, devido manejo pós-operatório. Portanto, o cuidado pós-operatório é fundamental.
Ouvir que se tem um diagnóstico de “câncer” é por vezes desagradável. Compreender que tratar o câncer de pele pode resultar em cicatrizes também é difícil. Nós entendemos as suas preocupações, e iremos lhe direcionar ao tratamento correto, além de explicar o efeito resultante em sua saúde e aparência.
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