Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
AMB
CFM

Rinoplastia Pós-Defeitos Traumáticos ou Congênitos

Traumas Nasais:

O nariz, por localizar-se no terço central da face, comumente é atingido em traumatismos faciais decorrentes de acidentes automobilísticos, agressões ou quedas, sendo a fratura nasal a mais freqüente fratura na face. Deformidades ou desvios nasais podem resultar destes traumas, muitas vezes ocasionando obstrução nasal crônica (“nariz trancado”), sendo importante a associação entre o tratamento estético e funcional do nariz nestes casos.

O tratamento imediato somente é possível nos casos em que não há edema (inchaço) importante, permitindo visualizar adequadamente o contorno do nariz e, assim, produzir o efeito esperado e adequado com o reposicionamento das estruturas deslocadas pelo trauma. Nos casos em que o edema já está estabelecido, haverá uma dificuldade em determinar o adequado resultado da cirurgia. Portanto o tratamento cirúrgico deve ser postergado até uma melhora do edema local, nas primeiras semanas. Naqueles casos em que o desvio estabeleceu-se e consolidou, serão tratados de acordo com as queixas referidas pelo paciente, como obstrução respiratória, desvios, “gibas”, etc. Toda e qualquer avaliação deverá ser realizada pelo cirurgião plástico, Dr. Evandro José Siqueira, uma vez que diferentes graus de seqüelas podem resultar dos traumatismos nasais, desde pequenas alterações até complexos desvios, e o procedimento individualizado para cada paciente.

O procedimento é realizado em ambiente hospitalar, com anestesia local e sedação ou anestesia geral, acompanhada por anestesista qualificado, sempre após correta e adequada avaliação pré-operatória com exames de imagem (radiografias, tomografias da face) para planejamento cirúrgico, assim com exames de rotina para qualquer cirurgia segura. Eventualmente mais de um procedimento cirúrgico pode ser programado, dependendo das seqüelas nasais ocasionadas pelo trauma. Os cuidados pós-operatórios assemelham-se àqueles das rinoplastias estéticas, com curativo imóvel por 7 a 14 dias se fraturas forem necessárias para novo realinhamento do nariz. Edema pós-operatório, assim como equimoses (“roxos”) nas pálpebras podem ocorrer na primeira semana, involuindo progressivamente. Medicações para dor (analgésicos) são prescritos e cuidados como repouso das atividades diárias são solicitadas para uma boa e rápida recuperação.

Deformidades Nasais Congênitas (Desde o Nascimento):

Alterações faciais presentes ao nascimento (congênitas) podem afetar a estrutura nasal e ocasionar deformidades permanentes. Dentre estas alterações, encontramos os tumores vasculares, cistos e as fissuras (fendas) de lábio e palato. As fendas labiopalatinas, as anomalias congênitas de face mais comuns, são visualizadas clinicamente pela ruptura do lábio superior e/ou do palato, e prejudicam freqüentemente a harmonia do nariz, sendo facilmente percebidas nos indivíduos acometidos. Para se conseguir um resultado harmonioso e simétrico em um nariz bastante deformado, é preciso usar estruturas adicionais que vão garantir um bom resultado a longo prazo. Importante sempre salientar que estes pacientes acometidos de fissura labiopalatal, mesmo após o seu correto tratamento, necessitam de um adequado acompanhamento multidisciplinar por um longo período de suas vidas.

As deformidades labiopalatinas presentes ao nascimento são muito variáveis, podendo atingir apenas o lábio ou palato, ou ambos, e ser apenas de um lado ou bilateral. Cada caso é particularizado e devidamente tratado por equipe multidisciplinar, e este acompanhamento será longo.

A idade recomendada para o primeiro reparo do nariz acompanha a correção do lábio, aos 3 meses de idade (essa cirurgia é tecnicamente conhecida como rinoqueiloplastia primária), em que o cirurgião corrige a fenda labial, assim com reposiciona as estruturas nasais atingidas pela fenda, através de suturas. Evidentemente, por se tratar de um reparo de defeito complexo, novos procedimentos poderão ser agendados para atingir o melhor resultado estético e funcional possível, uma vez que o crescimento facial do paciente poderá influir nos resultados.

Chegando à adolescência, um novo procedimento sobre as estruturas nasais poderá ser necessário, uma vez que agora o esqueleto facial cresceu e apresentará modificações. Este tratamento, agora chamado tecnicamente de rinoplastia secundária, novamente impõe desafios, tanto ao paciente quanto ao cirurgião, uma vez que exige um acompanhamento e rotina de exames para a sua realização de uma forma segura e adequada. A gravidade dos casos está diretamente relacionada com a extensão do defeito labial e, principalmente, com a fissura alveolar (entre os dentes).

A idade recomendada para a rinoplastia secundária varia muito entre autores, mas é considerada adequada após os 13-14 anos em meninas e 14-16 anos em meninos, quando o nariz apresenta seu crescimento mais definido e definitivo.

A gama de alterações presentes no nariz fissurado é extensa, variando conforme o tipo de fissura presente ao nascimento. Desde pequenos desvios até grandes deformidades poderão estar presentes, e serão tratadas conforme as alterações presentes.

De uma maneira geral, o cirurgião plástico aborda o nariz através de uma pequena incisão em sua porção chamada columela, e visualiza as alterações presentes: as estruturas desviadas serão recolocadas no lugar através de pontos de sutura, enxertos de cartilagens retiradas do septo nasal (que pode encontra-se desviado também), dentre outras técnicas específicas. Todo o planejamento será realizado previamente a cirurgia, através dos exames de imagem solicitados e da entrevista realizada com o paciente. Importante salientar que, devido às deformidades presentes, mais de um procedimento poderá ser necessário.

A cirurgia é realizada em ambiente hospitalar, como todas as cirurgias plásticas realizadas pela equipe, sempre assistida por anestesista qualificado. O procedimento dura cerca de 3 a 4 horas, dependendo da complexidade das alterações nasais presentes. Procedimentos otorrinolaringológicos podem ser associados para um melhor resultado funcional do procedimento. A anestesia é geral, podendo também ser realizada anestesia local com sedação.

Os cuidados pós-operatório serão semelhantes àqueles das rinoplastias estéticas: O curativo é realizado através de um tamponamento nasal interno, retirado em 12 a 24 horas, para evitar sangramentos e manter o nariz imóvel, além de um imobilizador externo nasal (no caso de haver fratura nasal para realinhamento). Estes curativos externos serão retirados de 7 a 14 dias, conforme a evolução do caso, visando manter o nariz o mais imóvel possível e diminuindo gradativamente o edema.

Quero saber mais